Aos poucos, os novos modelos de computadores que estão saindo das fábricas estão incorporando recursos para videoconferência, ou “chat de vídeo”, utilizando a Internet. Esse recurso permite que o usuário, utilizando uma câmara de vídeo simplificada, mande imagens de si mesmo para outras pessoas, conversando ao mesmo tempo através de um canal de voz. É uma aplicação muito interessante, principalmente para a área educacional
Em uma coluna anterior, mostramos como muitas empresas já estão usando regularmente a videoconferência (ou "colaboração visual") para uso interno e externo, mas geralmente a alta qualidade de transmissão de imagem é conseguida nesses casos através de sistemas dedicados, de alto custo, e linhas telefônicas digitais ponto-a-ponto. A Internet oferece uma opção bem mais barata, mas, em contrapar-tida, a qualidade da videoconferência ainda deixa muito a desejar, devido às baixas velocidades de transmissão.
Para montar uma estação de videoconferência, você precisa de três coisas além do microcomputador: uma placa de áudio (como a que vem com os kits multimídia), um microfone ligado à mesma, uma câmara de vídeo e um software especial.
Se você pretende apenas transmitir imagens de baixa resolução, as chamadas Webcams, ou Netcams, são mais do que adequadas. Existem diversas marcas disponíveis, a preços que variam de 100 a 700 reais, dependendo do uso de cor e resolução. Uma das marcas mais usadas é a QuickCam da Connectix (www.connectix. com), de pequeno formato (uma esfera de 10 cm de diâmetro, que você coloca na parte de cima do seu monitor de vídeo). Ela é ligada à porta paralela (impressora) do computador, e ao teclado, através de um cabo de passagem. O kit da câmara é acompanhado de um software, como o QuickCam, que permite gerar as imagens em movimento ou estáticas, em vários graus de resolução e velocidade.
Se você pretende transmitir imagens de mais alta resolução, como radiografias, então o melhor é usar uma câmara VHS comum, de qualquer marca, ligada à uma placa de aquisição de vídeo. Existem inúmeras marcas de placas desse tipo, com preços muito variáveis. As mais baratas custam em torno de 200 reais, e são inseridas na caixa do computador.
Quanto ao software, também existem vários, mas é importante saber que as pessoas que vão se conectar tenham a mesma versão e tipo de software dos dois lados. Os softwares mais usados e conhe-cidos são o VDOPhone (www.vdonet.net), o CUSeeMe (www.cuseeme.com) e o Microsoft NetMeeting (www.microsoft.com). Os dois primeiros são pagos, mas têm versões gratuitas de demonstração. O NetMeeting é gratuito e faz parte do pacote do Microsoft Internet Explorer.
Após instalar a câmara, o microfone e o software, a coisa funciona assim: você e a pessoa que vão se falar através do mesmo, devem “apontar” o software para um servidor na Internet que funciona como a central de conexão; e que é chamado de “refletor”. Existem listas de refletores para cada um dos softwares acima. Alguns são próximos, outros remotos, alguns são lentos, cheio de gente, outro são mais desocupados. O importante é que ambos utilizem o mesmo refletor. Os refletores do NetMeeting geralmente começam com a palavra ils (por exemplo, ils.microsoft.com).
Para aplicações mais “sérias” no seu PC, existem conjuntos especiais com câmara, placa de compressão de vídeo e software, que funcionam na Internet ou em ligações ponto a ponto diretas. A empresa PictureTel, entre outras, oferece produtos desse tipo (www.picturetel.com). Outras duas empresas que estão com produtos começando a ser integrados em microcomputadores que saem das linhas de produção são a Intel (www.intel.com) e 3COM (www.3com.com).
Publicado em: Jornal Correio Popular, Campinas, 30/12/98.
Autor: Email: sabbatin@nib.unicamp.br