A videoconferência existe desde os anos 70s, mas está vivendo agora o seu período mais intenso de crescimento, graças ao uso de tecnologias digitais e à oferta universal de linhas adequadas para a sua implementação pelas companhias telefônicas. Um sistema de videoconferência de alta qualidade tipicamente utiliza linhas digitais do tipo DataFone (um serviço já oferecido pela TELESP, atualmente Telefonica), que têm um número de discagem como qualquer outra linha, e que transmitem a 64 Kbits por segundo (um pouco mais rápido do que os modems de última geração). No mundo todo (e dentro em breve no Brasil também), utiliza-se uma linha de maior velocidade chamada ISDN (da sigla em inglês Integrated Services Digital Network, ou Rede de Serviços Digitais Integrados), que atingem a velocidade de 128 Kbits por segundo. É possível fazer uma videoconferência de qualidade razoável usando essa velocidade (ou usando duas linhas DataFone em paralelo, o que é possível). O termo "razoável" aqui significa um vídeo que transmite a 15 quadros por segundo, incapaz de mostrar movimentos rápidos e um áudio monofônico com qualidade de TV). Utilizando-se três linhas ISDN, a qualidade é espetacular, com 30 quadros por segundo. Evidentemente, sai mais caro.
A vantagem de se ter um sistema de videoconferência digital é
que é possível enviar-se dados, além de imagens. Uma
sala de videoconferência comumente tem os seguintes equipamentos:
uma ou duas câmaras de vídeo para enquadramentos gerais (com
zoom), microfones omni e unidirecionais, um ou dois monitores de vídeo
de grandes dimensões, ou um projetor de vídeo (canhão)
e uma câmara de documentos. Além disso, há um console
de controle (teclado que permite ligar e desligar componentes, orientar
a câmara, fazer a ligação, etc.) e o sistema de computação
(hardware e software) responsável pelo gerenciamento, conversão
e transmissão de imagens, sons e dados. Existem empresas como aPictureTel
(www.picturetel.com), líder mundial de mercado na área de
colaboração visual, que oferecem uma ampla gama de sistemas
de videoconferência, desde conjuntos simples que funcionam através
de linhas telefônicas comuns ou redes locais, baseados em microcomputadores,
até sistemas complexos e de alta qualidade, que custam mais de 100
mil reais.
As empresas e as instituições estão descobrindo
as enormes vantagens da videoconferência. Filiais e matriz estão
em permanente contato, e permitem uma grande economia de tempo e de dinheiro,
ao evitar viagens desnecessárias, fazendo reuniões entre
equpes através da videoconferência. Muitas universidades estão
usando a videoconferência para apoio ao ensino à distância,
com resultados espetaculares. No Brasil por exemplo, a Fundação
Getúlio Vargas está oferecendo cursos de mestrado em Administração
com a participação de professores dos EUA.
Em medicina, odontologia, agricultura, etc., o telediagnóstico é uma das maiores aplicações da videoconferência. Na telemedicina, médicos situados em locais distantes podem intercambiar os dados de um paciente (inclusive radiografias, ultrassom, eletrocardiograma, etc.) e discutir o melhor diagnóstico e tratamento. Isso é especialmente útil para dar suporte terciário a centros médicos distantes e em regiões carentes, que não contam com médicos especialistas, ou então para locais de difícil acesso, como prisões, plataformas petrolíferas, zonas de desastres, etc. Nos EUA existem mais de 400 programas de telemedicina em andamento.
Até recentemente, a videoconferência era pouco usada no
Brasil, principalmente devido à falta de linhas digitais e ao alto
custo dos equipamentos e das conexões. Com a privatização
das empresas de telecomunicação, espera-se que essa situação
mude rapidamente, e que essa fantástica tecnologia comece a ser
usada com todas suas vantagens por aqui também.